Galo com crise de identidade?
- Admin
- 9 de mar. de 2017
- 6 min de leitura
Eu reconheço que o futebol foi fraco, que o torcedor tem todo o direito de estar puto mas eu não compactuo com essa má-vontade com o treinador. Parece que a torcida elegeu seu bode expiatório pra quando as coisas não dão certo, ou por não sair segundo as expectativas dos adeptos (utilizando do português de Portugal pra não ser redundante).
Se os jogadores não estão numa jornada feliz a culpa é do treinador, se há a dificuldade em estudar o adversário por que o campeonato nacional argentino está parado (e portanto, não há material suficiente) a culpa é do comandante, se a imprensa e a torcida cobra um meia e a diretoria não contrata a cólera é despejada sobre o técnico.
Enfim, não importa o que Roger faça. A culpa se recairá sobre seus ombros.
E assim foi com o Levir, com o Marcelo e será com qualquer outro "coitado" que pensar em aceitar o cargo de treinador do Clube Atlético Mineiro!
Aceito tudo o que me foi dito por um torcedor pelo Twitter. Que o atleticano é apaixonado, que quer que o time vença, que jogue bem e outros argumentos válidos. Concordo, mas calma lá! Sejamos, ao menos, razoáveis.
Apesar termos somente três remanescentes esse time ainda carrega a maldita pecha de 2010, quando Cuca desembarcou por aqui e ensinou aos jogadores o "Cucabol". Lateral-cruzamento e ligação direta como forma de jogar futebol.
De certo haverá aquele que conteste dizendo que fomos campeões à moda Cuca. Eu concordo, pois contra fatos não existem argumentos.
Todavia retruco dizendo que não cabe mais. Nossos adversários descobriram nossa poção mágica e fim. Era preciso mudar, e a mudança está a caminho querendo você ou não.
Porém, se trata de uma mácula (que não sai nem com Vanish) que se comporta como um vírus a contaminar a cada novo elenco formado para a temporada.
Roger insiste, transpira, grita o tempo todo pedindo que o time ponha a bola no chão, que saia jogando, que os setores do time joguem aproximados. Mas, basta a "voz interior" do chutão se manifestar no subconsciente dos jogadores e aí não precisa dizer mais nada...
Seria o Galo um time com crise de identidade?
Bipolar talvez? Começa jogando em 2017 e repentinamente volta pra 2010?
Esse time precisa é de um divã e de um psicólogo tão renomado quanto Freud!
É inexplicável o que acontece. Se treina a semana toda. E aliás, treinamento não falta hein. O que o Roger fala e cobra esses caras é uma enormidade!
Diferente de muitos eu prefiro criticar com responsabilidade e consciência (quando achar que há fundamento), sugerir, atribuir questionamento a quem for de direito. Contudo, respeito a quem por acaso pense diferente. Mas eu ressalto, precisamos ter critério torcedor!
Pauta breve sobre o jogo
Que penúria foi ver o lado esquerdo do Atlético... Danilo, Fábio Santos e Gabriel propiciaram cenas lamentáveis e que em nada combinam com o futebol bem jogado. Não é de agora que o lateral esquerdo vem caindo vertiginosamente de produção. O que me alenta um pouco é o fato de saber que ele é um bom jogador e que deve estar numa má fase.
O Danilo também vem caindo... Já tem sua titularidade contestada pelo torcedor e pelo jogo de ontem, não ousarei a discordar.
E por falar em torcida eu vou fazer mais um parêntese a respeito do seu comportamento:
O que eu li nas redes sociais à respeito do Gabriel é de deixar qualquer um boquiaberto pra não dizer indignado!
O cara vai do céu ao inferno por um lance. De excepcional a medíocre na mesma velocidade da escorregada e posterior gol do adversário...
Cheguei a ler que o Bruno Rodrigo é melhor que ele... Talvez isso ilustre bem a falta de paciência e de critério do torcedor atleticano para com seu time.
No cômpito geral, ninguém foi bem e o empate acabou sendo um resultado razoável.
Já que não temos um camisa 10...
Depois de ontem a pauta da vez é a falta de um camisa 10. O clássico armador. O cara que pensa o jogo, distribui as jogadas e enfia uma bola.
Eu concordo que precisamos dessa opção pois pode ser decisivo (vide o Diego ontem pelo Flamengo). Contudo, talvez com um arranjo diferente (posicionamento em campo) possamos suprir essa carência até o final da fase de grupos. Isto porque, caso você não saiba, os clubes só podem alterar (substituir nomes) a lista inicial de 30 jogadores após a encerrada a primeira fase da competição. Que coincidentemente se dará com a janela de transferências do meio do ano.
Para colaborar (dentro dos meus recursos tecnológicos disponíveis) elaborei cinco esquemas táticos onde o Atlético poderia vir a atuar pela Libertadores e por que não, por outros campeonatos que aconteçam simultaneamente.
1. Minha formação ideal (4-1-4-1)

Obs.: A numeração do Atlético segundo inscrição na Libertadores
Para consulta acesse: www.ogol.com.br
Quando Adilson estiver em condições de jogo essa seria minha formação ideal.
Como o camisa 21 é reconhecidamente mais marcador eu o colocaria a frente da linha de 04 defensores. Atuando como primeiro volante, dando proteção aos zagueiros e laterais e jogando na sobra do segundo combate proposto por Carioca e Elias.
Os camisas 5 e 8 respectivamente teriam a função de ajudar na criação (quando a bola estiver na posse do Galo) pois são bons passadores. Além do que, ambos podem ser elementos surpresa a frente já que têm bom poder de finalização (média e longa distância).
Quando a posse da bola estiver com o adversário, Carioca e Elias terão por função dar o segundo combate, já que Fred é o responsável pelo primeiro. além disso, com os dois atuando nas faixas mais centrais do gramado o time ficaria com o meio campo mais preenchido e assim, menos vulnerável e exposto a contra-ataques.
Robinho e Otero abertos (pela esquerda e direita respectivamente) com a possibilidade de invertê-los de lado e poderem fazer o facão. Ou seja, penetrar pelas diagonais (para a finalização em gol) ou pela linha de fundo para abastecer o Fred que é muito bom nas jogadas aéreas. O mesmo valeria para o Rafael Moura.
Os laterais teriam mais responsabilidades defensivas. Ou seja, na cobertura das costas dos dois homens mais abertos a frente. Em caso de avanço ao ataque, Adilson e Carioca fariam a cobertura de Fábio Santos e Otero e o mesmo Adilson a de Marcos Rocha.
Elias jogaria mais a frente (como um meia-direita), solto sem tantas obrigações defensivas. Foi assim que mais rendeu nos tempos de Corinthians e Flamengo.
2. Ainda no 4-1-4-1 (sem Adilson)

As funções seriam praticamente as mesmas do slide anterior. A diferença é que Carioca faria a função de Adilson. Outra mudança seria o deslocamento de Otero para o lado esquerdo para fazer as vezes que era do Carioca no cenário anterior. Luan (que está em processo de fortalecimento muscular) entraria aberto pela direita e poderia ser invertido de lado tanto com o Robinho quanto com o venezuelano. Em linhas gerais o sistema não perderia eficiência. Entretanto, Elias teria que recompor um pouco mais defensivamente para fechar espaços e povoar o meio-campo .Já que Carioca sabidamente não tem como principal característica o poder de marcação.
3. Esquema 4-1-2-2-1 (com Cazares em campo)

Nesse modelo procurei uma forma de encaixar o Cazares para ver se o futebol do equatoriano aparece. Pra isso, recorri aos videos do Youtube em suas duas melhores exibições com a camisa do Galo. A vitória pela Libertadores de 2016 contra o Colo-Colo e a partida contra o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro do mesmo ano.
Nesse esquema, Carioca permanece na função de primeiro volante. Contudo, com o apoio de Fábio Santos (pelo lado esquerdo) e Marcos Rocha e Elias (fechando pelo lado direito).
Cazares atuaria como um terceiro atacante, vindo com a bola de trás. Podendo jogar de forma centralizada ou invertendo de posição com o Robinho pela esquerda. Em ambos os casos teria mais liberdade, sem responsabilidade defensiva.
Elias ajudaria no processo de criação, atuando pela direita (não esquecida as obrigações defensivas) e Otero e Robinho atuando abertos, ora alternando de lado para fazerem o facão.
No avanço dos laterais, Elias seria o responsável pela cobertura do Rocha e Carioca por Fábio Santos.
4. Esquema 4-1-2-2-1 (com Luan em campo)

Em referência ao esquema anterior, o sistema de jogo permaneceria o mesmo. Contudo, com uma pontual mudança. Luan no lugar de Rômulo Otero.
Nessa perspectiva o time ganharia mais força nas jogadas de linha de fundo pelo lado direito.
5. Esquema 4-1-2-2-1 (sai Cazares e entra Danilo)

Nesse formato Danilo Barcelos (14) teria funções muito importantes. Ofensiva e defensivamente falando. No campo de ataque ele teria por função abrir pelo lado esquerdo no intuito de abastecer Fred com bolas alçadas a área. Além disso, revezaria tal condição com Fábio Santos. Sendo que, subindo o camisa 6 ao ataque Danilo fica responsável por sua cobertura. Elias faria o papel do "10" quando o Galo deter a bola. Alimentando, Fred, Otero e Robinho. Este último podendo jogar aberto pela direita, ora cair pelo centro do ataque.
Fora as inversões entre o camisa 7 e o 11.
Meu intuito aqui não é interferir no trabalho do treinador. Longe disso, mas sim de contribuir positivamente pela manutenção do mesmo frente a equipe pois sei da sua capacidade.
Não tenho a menor dúvida de que ele (Roger) já tem planos e esquemas para os jogadores que em breve ele terá a disposição. Possibilidades até sequer pensadas por mim.
Eu queria me despedir do último post da semana com um pensamento e um pedido sincero ao torcedor atleticano:
Tenhamos paciência, confiemos no nosso comandante e respaldemos o seu trabalho. Questionemos de forma justa e coerente de quem precisa ser questionado.
Daremos a César o que for de César e nada mais!
Saudações Alvinegras!