Hã, cuma, hein?
Olá Massa Atleticana!
Pra tentar explicar o que aconteceu sábado no Horto vamos recorrer aquela linha de tempo que muitos sites e aplicativos se utilizam chamado de tempo real.
Então vejamos:
40' do primeiro tempo - Luan é expulso por pênalti cometido em Leonardo Silva.
Fábio Santos bate e o Atlético empata com o Palmeiras. - Galo com um jogador a mais em campo.
11' do segundo tempo - Com um a mais, Atlético concede pênalti ao Palmeiras e Victor salva o Galo.
33' do segundo tempo - William chuta Valdívia e é expulso - Atlético com dois a mais que o adversário e a partir daí:
34' Otero cruza;
35' Leonardo Silva é lançado;
37' Leonardo Silva arrisca de fora da área mas pega mal na bola;
39' Otero em cobrança de escanteio para o desvio de Yago;
42' Robinho joga na área para a cabeçada de Léo Silva sem perigo;
43' Alex Silva recebe pela direita e faz o cruzamento. Prass tira de soco;
47' Yago cruza para a área e Valdívia desvia de cabeça;
48' Otero arrisca da entrada da área e Prass defende;
50' Fim de jogo! 1-1
O Atlético ficou 41 minutos com um jogador a mais em campo e outros 17 minutos com dois a mais que o adversário (considerados tempo normal e acréscimos).
Nos dezessete minutos da segunda etapa, vejamos quantas vezes são citadas palavras que remetem a cruzamento à área do Palmeiras:
Pelo menos quatro!
E outra. Repare bem quantas vezes que você leu na linha tempo a palavra ou expressão que traduza jogada de linha de fundo?
Nenhuma vez!
Ou seja, o Atlético mais uma vez abusou dos levantamentos da intermediária.
O Palmeiras congestionou o centro da área e o Galo não atacou uma vez sequer pelos flancos (espaço cedido pelo próprio time paulista) buscando justamente abrir espaços na defensiva alviverde.
Típica pressão estéril que serve para consagrar os zagueiros adversários...
Mais uma vez se fez presente o "grande" repertório de jogadas:
Tá difícil o jogo? Manda a bola pra área adversária e vê no que dá.
Talvez explicado pela ausência de um meia equatoriano que fora substituído por um volante...
Ou então, pela inovação (surpresa) de Leonardo Silva ter virado "atacante" do time. Ou alguém vai desprezar essa variante tática importante?
Observe na linha do tempo... O Léo foi lançado, arriscou de fora da área...
Interessante mesmo foi ver os jogadores de "origem" não terem feito esse papel.
Teriam Fred, Robinho, Luan, Valdívia e Cazares (enquanto esteve em campo) jogado como zagueiros? Tendo obviamente executando a função de Léo Silva que fora o atacante do alvinegro?
Se não bastassem as patacoadas do Micale nas substituições o grand finale ainda estava por vir...
Que tal as respostas dadas na coletiva quando perguntado sobre ter tido dois jogadores a mais em campo e não ter conseguido vencer a partida. Ou então, sobre as fatídicas alterações?
Se você leitor do Venerado não ouviu ou não ficou sabendo, nós trazemos as respostas na íntegra pra você. Confira:
Sobre superioridade numérica de 2 jogadores:
"Eu vou treinar ainda mais para situações como essa, por que eu ainda não tinha passado por isso (...). Porque eu já cansei de ganhar alguns jogos e perder também com um jogador a menos.
Porque as equipes adversárias querem fazer o gol de qualquer forma e desarruma, proporciona em contra-ataque sofrendo gol mesmo com um a mais."
"Gênio"! "Bravíssimo"! - Ironia modo "ON"
É claro. Que treinador estaria preparado para uma situação destas não é mesmo?
Expulsões são casos raríssimos no futebol. Sobretudo, no brasileiro.
O Micale me faz o favor... Se você não tem o que falar, dê preferência ao silêncio meu amigo...
Que resposta foi essa?
Tem que rir pra não chorar. Beira o pastelão, a bizarrice total (como gosta de falar nosso amigo Beto Guerra da WRG).
Mas o stand-up comedy não parou por aí... Questionado sobre as alterações, disparou:
"Fui infeliz porque não ganhou o jogo. Se uma bola daquela cruzada entra, um daqueles gols em que cabeceamos, algumas bolas entram seriam boas as substituições...
Quando a coisa não acontece é ruim, não funciona, não tá bom e a gente entende isso...
Agora, nós estamos ali para tomar decisões e eu achei que aquelas seriam as melhores decisões e infelizmente não conseguimos. Mas, em outras vezes conseguimos (...)
É saber assimilar um empate com o Palmeiras em casa. É lógico que toda a situação nos levou a crer numa vitória, era possível mas é uma grande equipe. Então nós vamos assimilar isso sem querer transferir a responsabilidade pra ninguém.
A responsabilidade é minha, tentei (sem dúvida) e vamos seguir em frente."
Que nossa audiência qualificada nos perdoe por tantas repetições, redundâncias, pleonasmos... A intenção era justamente essa.
Transcrever integralmente cada palavra dita pelo nosso treinador.
Eu fico decepcionado com tudo isso pois quem leu minhas últimas publicações me viu elogiar bastante o Micale. Afinal de contas, o time vinha mostrando bem mais consistência na tática de jogo e no nível das atuações durante os jogos (isto comparado ao seu antecessor).
Entretanto, o nível de equívocos num só jogo superou as expectativas de qualquer um. Até mesmo deste que vos escreve.
Ontem ficou claro o bastante (ao menos pra mim) que 2018 precisa e será um ano de mudanças profundas...
Em todas as posições estratégicas do clube. Da presidência a comissão técnica, passando pela diretoria de futebol.
São 4 pontos pra cima ou pra baixo. E eu sinceramente não sei em que o Atlético luta pela temporada. Libertadores? Rebaixamento?
G-6? Z-4?
São 4 pontos...
Sobre mais um pênalti perdido pelo Fred vou adotar aquela célebre frase de uma das personagens do saudoso programa Sai de Baixo - "Prefiro não comentar."
Exceto pela ampliação do CT e da possibilidade real do estádio. O legado da gestão Nepomuceno é algo assustador!
Saudações Alvinegras!
*Foto: Flickr Oficial do Clube Atlético Mineiro