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Futebol sempre em primeiro plano!


Aqui no Venerado o futebol sempre estará em primeiro plano! Principalmente quando percebemos a evolução do jogo proposto pelo Atlético na partida de ontem, contra o Joinville, pela Copa da Primeira Liga.

É claro que a fragilidade do adversário precisa ser mencionada. Já que devido ao calendário estapafúrdio da CBF o JEC (como é conhecido o Joinville) foi obrigado a colocar uma equipe alternativa (sub-23) em campo por ter jogado no dia anterior (com seu elenco profissional) contra o Metropolitano (triunfo por 1-0) pelo Estadual Catarinense.

Relativizada a questão, vi um Galo ainda mais ajustado em campo. O esquema (4-1-4-1) de Roger Machado sendo testado e aprovado com louvor.

Caso você não se recorde, esse é o terceiro esquema tático que o treinador utiliza na temporada. No primeiro jogo (derrota para o rival) o 4-2-3-1. Na vitória contra a Tombense o 4-2-2-2 e ontem o 4-1-4-1. Esquema esse que consagrou Tite no Corinthians.

Acredito que a adoção deste esquema por parte de Roger, muito está associada ao fato de ter o Elias no time. Principalmente pelo fato de que ele está adaptado a essa forma de jogo.

E de fato funcionou. O Atlético esteve muito seguro em campo. Valorizando a posse da bola, tendo um índice elevadíssimo no acerto de passes, boas inversões de jogo, apresentando finalizações de média e longa distância (enfim, chutando mais para o gol) e mais seguro defensivamente.

É verdade que em algumas oportunidades sofreu contra-ataques perigosos. Contudo, quem ouviu a coletiva do Roger após a partida, logo percebeu que ele esteve atento a esse detalhe e que vai ajustar melhor a defesa de modo a evitá-los.

*Vamos aos números de CAM - JEC

Posse de bola: 70,23% - 29,77%

Finalizações certas: 10 - 01

Finalizações erradas: 11 - 04

Passes certos: 676 - 202

Passes errados: 40 - 39

Cruzamentos certos: 12 - 01

Cruzamentos errados: 22 - 04

Desarmes: 08 - 10 (sendo 01 que não resultou em posse de bola)

Lançamentos certos: 15 - 09

Lançamentos errados: 15 - 26

Faltas cometidas: 09 - 14

Escanteios: 08 - 00

Cartões amarelos: 01 - 02

*dados estatísticos do Footstats

Perceba que o Galo dominou as ações. O sistema de marcação por setores com início no ataque começa a fazer efeito. O Joinville foi obrigado a se utilizar dos lançamentos para tirar a bola da defesa.

Essa constatação é interessante por que joga por terra aquela ideia que pra se roubar a bola do adversário o time precisa de marcadores implacáveis. Pelo contrário, os fatores que fazem com que o time recupere a bola são a antecipação no passe rival, a compactação entre as linhas, e o avanço destas no campo do adversário.

Destaques:

Lado esquerdo do Atlético

Ao meu ver Danilo era a peça que faltava ao meio campo alvinegro. Impressionante como o lado esquerdo do time está funcionando bem. O camisa 14 (recém vindo do América) e Fábio Santos atuam em sintonia. E o melhor, sem deixar espaços para que o adversário ataque por seus setores. Ontem, percebeu-se um sincronismo e revezamento interessante. Ora Danilo apoiava mais a frente, ora Fábio Santos passava e chegava a linha de fundo. Entretanto, em ambas as situações existia a cobertura. Feita por um, ora pelo o outro.

Leonardo Silva: A volta do capitão!

37 anos e uma capacidade técnica e tática impressionantes. O "velhinho do Galo" (conforme se referiu Roger na coletiva) deu um show de bola. Eficiente nos desarmes, acertando nas saídas de jogo, bem nas recomposições defensivas e bolas aéreas. Mostrou a garra e a vontade de sempre e de quebra, "distribuiu chapéus" aos atletas catarinenses.

Otero "pé de chumbo"

Como chuta esse venezuelano... Mas suas qualidades não estão restritas as cobranças de faltas. O camisa 11 esbanja habilidade, ousadia e velocidade. Está jogando muito bem (aberto pelo lado direito).

Seria perfeito se tivéssemos o equilíbrio do lado direito como temos do lado esquerdo. Assim, Rocha poderia avançar mais a linha de fundo sem deixar muitos espaços às suas costas.

Todavia, seria "sacrificar" o futebol ofensivo e incisivo deste venezuelano...

Carioca e Elias

O primeiro voltou a mostrar seu futebol. Ontem, ao meu ver, fez um bom jogo. Em alguns momentos jogou a frente da defesa, dando proteção e qualidade nas saídas de bola. Em outros, apareceu no campo de ataque. Finalizando a gol e ajudando Cazares na armação das jogadas.

Quanto ao estreante Elias posso classificar sua partida como limpa. Não comprometeu, mas também não fez um jogo brilhante. Por motivos óbvios eu diria. Faltou ritmo de jogo e entrosamento com os companheiros. Entretanto, mostrou qualidade no passe, nas saídas de jogo e apareceu ao ataque como elemento surpresa. Quando estiver em suas melhores condições (física e de entrosamento) vai acertar esse meio campo alvinegro!

Cazares

Aos poucos vem melhorando e apresentando seu real futebol.

Contudo, precisa jogar mais coletivamente. O placar poderia ter sido mais dilatado ontem se em prol do time ele passasse a bola para o Fred que estava em melhores condições de finalização. Motivo pelo qual acabou levando Roger a substituí-lo por Maicosuel.

Acho até compreensível essa individualidade do equatoriano por que o mesmo quer mostrar que tem condições de ser titular. Além disso, o cara é atacante né? É complicado pedir para um cara de qualidade frente a frente com o gol (lance do primeiro tempo) passar a bola e consequentemente, não finalizar.

Fred (centroavante duas vezes)

O camisa 99 mostrou que é o cara e por isso deve ser o titular. Cobrou bem a penalidade, ajudou na primeira marcação, orientou o time (chegou a pedir que o Elias não batesse rapidamente a falta que posteriormente resultou no golaço do Otero) e participou muito do jogo. Só não marcou outro por que o goleiro do Joinville (Matheus) foi espetacular numa cabeçada do centroavante ainda no primeiro tempo.

Roger Machado

A cada partida está mostrando que conhece do riscado. O time começa a mostrar em campo exatamente aquilo que treina na Cidade do Galo. Transparece muita serenidade e analisa com perfeição todas as nuances envolvidas numa partida de futebol.

Não se limita a encontrar uma única forma e sim variar o máximo de possibilidades possíveis para que o time atue. Chegou a responder a imprensa em sua coletiva que pretende escalar o o Galo com uma linha de 05 defensores. Pois entende que pode ser um esquema tático importante nas partidas pela Libertadores.

Era desse perfil de profissional que o Galo carecia. Estudioso, adepto a mudanças, corajoso em aplicá-las!

Estamos no caminho certo "professor"!

A saída de Lucas Pratto Depois de falar o que realmente importa, que é o futebol nas 04 linhas, vou agora expor a minha opinião sobre o negócio envolvendo o Lucas Pratto.

Eu acompanhei pelas redes sociais grande parte da torcida se indignar com a venda do jogador e confesso que fiquei um pouco intrigado.

E quando eu digo isso, é justamente por que não tenho a certeza absoluta que essa era a real vontade do jogador.

Me soa forçação de barra de empresário e procurador sob a justificativa de "estar mais evidente" para o treinador da seleção da argentina.

Ok. Mas vamos pensar um pouco além:

2016 foi o ano em que Pratto foi convocado pela primeira vez certo?

Pra quem não lembra, assim que Fred chegou ao Galo o argentino passou a ser seu reserva imediato. Exceto nos jogos da Copa do Brasil onde o atacante portenho era o titular pelo fato do outro já ter atuado pelo Fluminense.

Ainda sim Bauza (treinador da seleção argentina) continuou a convocá-lo.

Porque em 2017 haveria de ser diferente?

Principalmente, pelo fato de Roger ter se esforçado e encontrado uma forma do Pratto atuar como titular. Além disso, alguém vai me convencer que a Libertadores tem menos visibilidade que um campeonato paulista ou uma Copa do Brasil em suas fases iniciais?

Enfim, são facetas da obscuridade em que está envolvido o futebol.

Quanto a venda (valores e porcentagens)

Considerando o que está sendo vinculado no portal do Jornal O Tempo (de hoje). Matéria assinada pelos jornalistas Josias Pereira e Bernardo Lacerda eu entendo que o Atlético fez um bom negócio.

Segundo a publicação, o clube alvinegro vendeu 50% dos direitos do jogador ao São Paulo mediante um pagamento à vista da ordem de 6,2 milhões de Euros (R$ 20,5 milhões aproximadamente).

Sendo que 20% do lucro da venda 440 mil Euros (1,5 milhões convertidos em Reais) seria destinado ao Vélez Sarsfield (parte que o cabe no negócio). E que os outros 50% permaneceriam em posse do Galo.

O que me gera estranheza é onde estão os 4% referentes ao Supermercados BH que segundo a imprensa mineira também teria parte nessa negociação (e não é citada na publicação do jornal).

Dando sequência a apuração feita pelo periódico em questão, por contrato o São Paulo teria duas opções em relação aos 50% que estão de posse do Atlético. São elas:

Não adquirir a parte atleticana, negociando assim o jogador e repassando a quantia referente ao Galo. Ou comprá-la em 03 parcelas semestrais a serem pagas, impreterivelmente, até o final do ano que vem (2018).

Caso o clube paulista resolva vender o jogador, cabe ao Galo 15% do lucro obtido na negociação.

Se essas foram, de fato, as condições. Eu assino embaixo e novamente dou os cumprimentos ao Daniel Nepomuceno e sua equipe. Pois se trata de um ótimo negócio para o clube.

E por falar nisso...

Se essas são as condições do acordo por que o Atlético insiste em não querer divulgar os valores? Isso implica em especulações, falta de transparência e credibilidade.

Se existem cláusulas de confidencialidade, que o clube se pronuncie dentro de uma viabilidade deixando claro ao menos o que foi feito.

O que o Atlético faz com posturas como essa é desrespeitar seu principal cliente.

O torcedor que paga sua mensalidade, independente da categoria (Branco, Prata ou Black).

E que pelo simples fato de "aportar" o clube tem o direito em saber como as coisas são feitas.

Desculpa o texto mais extenso hoje, mas é que havia muito assunto a ser dito!

Saudações Alvinegras!

*Foto: Globoesporte.com


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