Galo 109!
- Admin
- 25 de mar. de 2017
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Chegou o dia do atleticano. É hora de celebrarmos o motivo que faz de nós apaixonados.
Paixão que independe de troféus, é claro que erguê-los é importante, por que para o atleticano o que realmente importa é o Galo.
Galo que completa 109, e que eu o acompanho há 39...
Eu vi tanta coisa... presenciei momentos marcantes dentro e fora das quatro linhas. No Mineirão (o antigo e o novo), no Independência (no atual e no velho) e no Mineirinho também.
Como esquecer do time bicampeão nacional de futsal... Lenísio, Falcão, Manoel Tobias, Vinícius, Vander Carioca e outros tantos craques que envergaram nossa camisa fora dos gramados...
Nos estádios...
Eu estive lá, nas velhas arquibancadas de cimento (sempre localizado nas proximidades das faixas das Dragões da FAO) e de la vi Negrini e posteriormente Jorginho, Valdir "bigode", Marques levantarem o bicampeonato da Copa Conmebol sobre Olímpia e Lanús respectivamente (atual Copa Sudamericana). Um parêntese: Fregueses antigos hein... Em cima do time paraguaio, uma Conmebol e a Libertadores. Sobre os argentinos, outra Conmebol e a Recopa Sudamericana.
Vi "in loco" a queda e posteriormente, o reerguimento e o ressurgir de quem sempre foi um gigante do futebol brasileiro.
Ah o velho Mineirão... Dá época dos rolos de papel higiênico sendo lançados das arquibancadas, os papéis picados ao vento, da euforia ensurdecedora a cada entrada do Galo em campo e do famoso cântico "uh tererê, uh tererê..." a cada gol marcado.
E o que falar do famoso "Empurra as bich..." em cada clássico...
Em 1994 o primeiro quase! No dia em que Reinaldo (não o rei) com 19 anos, fazendo três gols no Corinthians na fase semi-final do campeonato nacional daquele ano.
Em 1999 o segundo... Final contra o Corinthians. Primeiro jogo no Mineirão 3-2 e a redundância do "3". No placar, nos gols de Guilherme (3) e nas assistências de Marques (3).
Um pouco antes, o Galo tum-tum pelas quartas-de-final
Desde de 1999 que a sina do rival (em eliminatórias de torneios nacionais) é ser vencido de forma impiedosa pelo Galo.
Primeiro jogo, 4-2. No segundo 3-2. Quem esteve lá (como esse que vos escreve) não se esquece do famoso gol de peito do Guilherme...
E o velho "Indepa"
Lá vi Taffarel ser expulso por dar um rapa num jogador da Caldense e Renaldo (o baiano que veio do Paraná como dizia o saudoso Willy Fritz Gonser em suas narrações) substituí-lo indo para o gol. Devido a todas as alterações permitidas, à época, terem sido feitas. Willy aliás, que é muito bem homenageado pelo Eduardo Madeira nas transmissões da 98 FM.
Renaldo... Como fez gol aquele atacante. Centroavante raiz! Carrasco azul!
79 gols em sua passagem pelo Galo (entre 1993-1996).
Da tristeza a grandeza!
Da realidade de 2006 aos áureos momentos atuais não podemos nos esquecer daqueles que honraram nossas cores. E não me refiro somente a jogadores como Marinho e Diego Alves (personagens importantes por nosso retorno ao lugar do qual, jamais deveríamos ter saído). Mas sim, ao torcedor alvinegro. Que naquele ano quebrou todos os recordes de presença de publico, que com seu grito vindo da alma "Vamos subir Galo" deu a força que faltava aquele time que chegou a ocupar a 17ª posição e numa arrancada espetacular, sagrou-se campeão.
Caiu no gramado, subiu no gramado! De maneira digna como deve ser!
A mudança de patamar ainda demorou um pouco... Muitas das gestões que antecederam Alexandre Kalil transpareciam não ter tido o real entendimento do que o clube passou, do que o torcedor sofreu... Mas a mudança estava por chegar e finalmente em 2008, Kalil foi eleito Presidente do Clube Atlético Mineiro.
Com uma gestão voltada para o futebol, Alexandre suprimiu departamentos no clube, centralizou ações e decisões, estabeleceu sua equipe de confiança e trabalhou... Mas no seu primeiro mandato os resultados não apareceram. Ainda sim, foi reeleito em 2011 para sua segunda gestão frente ao Galo.
Em 2011 um vexame... Em 2012 Campeão Estadual invicto (a ultima vez, havia acontecido em 1976) e Vice-campeão Brasileiro.
2013 a redenção!
Ah 2013... (treze de Galo)
Classificado à Libertadores na temporada passada o time até então detentor de dois títulos sul-americanos ergueu seu principal troféu. A América se rendeu aos pés do Galo Doido.
O time que era só ataque, do abafa aos adversários. Temido e imbatível no Independência! Horto onde todos os adversários sucumbiram aos seus pés. Fechando com chave de ouro tal espetacular campanha, o Galo foi levantar a taça no Mineirão com renda e público recordes...
Diferente de outras vezes eu não estava lá... Não fisicamente, mas meu coração estava na Pampulha, batendo no compasso dos 56.557 atleticanos que sofreram, que entoaram o nosso segundo grito vindo da alma... O Eu Acredito!
E eu, em Brasília, num bar com tantos outros atleticanos acreditando junto!
Ah o gol do Jô logo no início do segundo tempo... Fortaleceu a nossa fé, a nossa esperança de que sim, era possível.
O tempo passava... O desespero e o andar descontrolado dos ponteiros do relógio pareciam colocar tudo a perder. De repente, o coração pára. Victor driblado por Ferreyra e... um escorregão. Naquele exato momento, tive a convicção definitiva do título. Ratificando o sentimento da fase das quartas-de-final, onde ajoelhado sobre os tacos da sala vi Riascos partir pra bola e o Victor de bico isolar!
A última dúvida que eu tinha era quanto ao tempo que o Olímpia levaria o segundo gol (talvez até o terceiro). E foi aos 43... Leonardo Silva de cabeça num cruzamento último de Bernard (esgotado de tanta entrega em campo),
Bola "chorada" beijando a "bochecha" esquerda do gol de Martín Silva.
O Mineirão explodiu! Belo Horizonte explodiu! Brasília também!
O mundo onde houvesse um atleticano explodiu junto numa energia imensurável de emoção e felicidade.
Era a confirmação de que não haveria mais como dar errado. Bendito foi aquele trator (que na reforma do estádio para a Copa) que ao escavar aquele campo para rebaixá-lo, moveu junto da terra todas as decepções e as quase conquistas como a 1977 (ano em que nasci).
Miranda começa as cobranças e... Victor!
As cobranças se sucedem, todos acertam até a vez de Gimenéz... Que bateu na trave!
Novamente tudo explodiu numa emoção inenarrável... Mineirão, Belo Horizonte, Brasília o Mundo!
Eu vi a canonização de um goleiro "santo" que meu filho terá seu nome. Eu vi um craque (Ronaldinho) abnegado e idolatrado pelo torcedor. Presenciei o surgir de um garoto da base sendo campeão da América!
Foi só o início. Depois dela, a Libertadores, vieram a Recopa e a Copa do Brasil!
Lembra do Galo tum-tum citado em parágrafos anteriores?
Então, a freguesia em mata-mata em torneios nacionais se confirmou mais uma vez!
2-0 no Horto, 1-0 no nosso salão de festas!
Nada poderia ser melhor! Ninguém de renome nas artes elaboraria roteiro melhor!
Enfim, eu tenho muitas histórias nesses 39 dos seus 109 Galo. E eu espero de todo o meu coração viver outros tantos anos para te acompanhar e vibrar com você!
Que novos ídolos cheguem, que outros tantos sejam formados na nossa base.
O que nunca vai mudar é:
O mesmo NOME, as mesmas CORES SEMPRE!
Nós te amamos Galo!
Parabéns!
Foto: euacreditonogalo.com.br (MRV no Esporte)