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Hashtag: Eu quero é raça!


Como se explica uma mudança de postura, ou atitude, em um intervalo de três dias?

Qual a fórmula que transforma o futebol ruim praticado nos últimos jogos na boa apresentação que presenciamos ontem?

Seria uma hashtag, combinada a presença do torcedor na Cidade do Galo, tal agente transformador?

Uma coisa é certa. A hashtag que une pessoas a um ideal (seja ele qual for) mostrou-se presente no gramado da Arena Independência.

Não houve um gol, dos três anotados, em que os jogadores apontassem ou corressem em direção ao Roger.

O que de certa forma, põe por terra os temores que tínhamos a respeito de estar havendo um boicote ao trabalho do treinador. Ou então, que no elenco alvinegro há um grande número de excelentes "atores"...

Eu prefiro acreditar na primeira hipótese. Entretanto, a postura nos próximos jogos será um bom termômetro para cheguemos a tal conclusão.

Independente da resposta que virá, não resta a menor dúvida que a mobilização do torcedor foi fundamental e funcionou. Contra a URT, assistimos a um Atlético ligado desde o apito inicial até o sopro final. Mais disciplinado taticamente, concedendo menos espaços ao adversário (que por sua vez, precisa ser elogiado por ter mostrado um futebol bastante competitivo nos dois jogos da semifinal), finalizando mais, usando de velocidade e muita movimentação no ataque e avançando a marcação no campo de defesa do adversário.

Méritos para a escalação do Roger que remontou o meio-campo alvinegro mudando o esquema para um 4-4-2 variando mediante a circunstância do jogo para um 4-2-2-2.

Com Elias e Carioca mais fixos ao campo defensivo. Marlone pela esquerda, Maicosuel direita e Robinho e Rafael Moura mais a frente.

Segundo os números do Footstats o Atlético finalizou 25 vezes ao gol da URT (sendo delas 10 certas), trocou 424 passes certos (93% de acerto das tentativas), 20 desarmes certos (91% de eficiência), 04 cruzamentos corretos (percentual muito baixo nas 36 oportunidades em que alçou a bola na área adversária), 43% no acerto de lançamentos, cometeu 12 faltas recebendo 03 cartões amarelos e teve 07 escanteios a favor na partida.

Fundamentais taticamente

Dois jogadores tiveram papel preponderante para que o Atlético conseguisse ser incisivo no ataque sem ser vulnerável aos contra-ataques da URT.

Marlone e Elias. O primeiro, atuando pelo lado esquerdo.

Foi muito efetivo no ataque e na defesa. Ofensivamente, confundindo a defesa do time de Patos de Minas nas constantes inversões de posicionamento com o Robinho (ora atuando aberto, ora centralizado). Defensivamente, cobrindo os avanços do Fábio Santos nas jogadas de linha de fundo.

Função similar fez Elias. Que apesar de jogar mais recuado, ocupou bem o espaço no meio de campo nos avanços de Maicosuel e deu proteção as investidas de Marcos Rocha ao ataque.

Melhor em campo

Marcos Rocha indiscutivelmente!

Não sei se o Roger anda lendo o meu blog, mas o camisa 2 jogou de maneira bem aproximada a que havia sugerido no meu último post (http://martinslfernando.wixsite.com/veneradomilhoes/single-post/2017/04/20/N%C3%A3o-pode-ser-s%C3%B3-isso).

Ou seja, atuando mais defensivamente e subindo ao ataque em momentos oportunos.

Acabou que avançou bem mais do que indiquei. Entretanto, a cobertura perfeita executada por Elias pôs fim ao espaço que tanto foi explorado pelos adversários.

Sem Marlone na próxima quarta, como fica?

Como o sistema funcionou muito bem, o questionamento que fica é quanto a quem executará a função desempenhada (ontem) pelo camisa 92 na partida contra o Libertad pela Libertadores? Uma vez que o mesmo não está inscrito no torneio...

Se Roger optar por manter o esquema 4-4-2 eu, se treinador, colocaria o Danilo por entender que o camisa 14 possui um perfil parecido quando atua como meia. Permitindo assim que Robinho atue mais a frente, com menos obrigações defensivas, próximo a Fred.

Entretanto, mediante a necessidade de vitória ele (Roger) pode fazer a escolha por Cazares (que entrou muito bem no jogo de ontem).

Um parêntese:

Se a preferência for pelo equatoriano, eu comporia a linha mais ofensiva com três homens:

com Robinho atuando aberto pela esquerda se aproximando mais a Fred, Cazares na função de meia centralizado e Maicosuel ou Otero (minha única dúvida) aberto pela direita. Elias como meia (volante) direita com atribuições mais defensivas (como atuou contra a URT) junto de Carioca, pela esquerda, comporiam a segunda linha.

A questão fica quanto a quem será responsável pela cobertura do setor esquerdo. Já que Cazares nem Robinho possuem este perfil...

Ao meu ver, essa atribuição recairá a Fábio Santos e Carioca. Isto implicaria, em maiores obrigações defensivas de ambos, com raríssimas oportunidades de subida ao campo ofensivo.

O que pode deixar o time um pouco "torto" (atacando mais pela direita) principalmente se Robinho e Cazares não estiverem numa noite inspirada...

São apenas possibilidades... De certo é que Roger já deve ter definido em mente de que forma montará o time para o jogo decisivo contra os paraguaios.

Pra encerrar...

O jogo mais importante é sempre o próximo. Eu sei que o torcedor atleticano está ávido pela chance em dar o troco no rival. Contudo, nosso desafio mais importante é o Libertad!

Eu não preciso pedir para que o torcedor compareça, que empurre o time e que faça a diferença por que essas características já estão no nosso DNA alvinegro.

Todavia, é preciso manter o foco, pois a Libertadores é um dos nossos principais objetivos da temporada.

Questão de prioridade e de grandeza para quem torce por um time que disputa os grandes campeonatos!

Força, Raça e Bola na rede GALO!!!

*Foto: ESPN.com (página do Atlético)


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